Transmigração | Arnaldo Dias Baptista | Caixa Cultural - Galeria Emma Thomas

14-05-2016

“Transmigração”, individual de Arnaldo Dias Baptista

CAIXA Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 – Centro)
Abertura e visita guiada com o curador Marcio Harum | 14 de maio de 2016 (sábado), às 11h
De 14 de maio de 2016 a 17 de julho de 2016 (terça-feira a domingo)
Horário: 9h às 19h | Informações: (11) 3321-4400
Classificação indicativa: Livre | Entrada franca
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Site sobre o projeto: www.transmigracao.com.br

Em sua quinta exposição individual, Arnaldo Dias Baptista (nascido em São Paulo em 06 de julho de 1948) compartilha, pela primeira vez com o público, diversos de seus trabalhos plásticos e alguma documentação biográfica de seu arquivo aberto: são desenhos, pinturas, colagens, assemblages, partituras, álbuns solo, objetos pessoais, peças têxteis, registros fotográficos, vídeos, artigos midiáticos impressos, um conjunto de manuscritos de próprio punho e uma coleção repleta de materiais gráficos sobre sua trajetória artística, que desde os anos 1960 e com forte sentido nos alcança até os dias de hoje.

Transmigração, título desta mostra, é tomado emprestado da obra musical de autoria de Clarisse Leite Dias Baptista, mãe de Arnaldo que foi pianista, concertista e compositora. Gravada, originalmente, com data incerta em som estéreo tetrafônico dentro do piano de cauda Petrof da residência familiar à Rua Venâncio Ayres no bairro da Pompéia, capital paulista, foi mixada para dois canais a posteriori.

Etimologicamente o termo, do latim transmigrare, baseia-se na noção de que a alma pode migrar de um corpo para outro, seja este um ser humano, animal ou inanimado. Tal concepção de vida está presente em culturas tribais de diferentes regiões do planeta, como em certos povos da África, grupos indígenas da América do Sul e aborígenes da Oceania. Aparece também em livros herméticos e de ocultismo resgatados durante a formação do pensamento no período renascentista europeu, portanto, em paralelo às práticas correntes do cristianismo e judaísmo de época. A ideia é ressurgida com algum interesse quando mostra-se ancorada à tradição filosófica da Grécia clássica, sobretudo vinculada, na atualidade, à Platão e aos estudos pitagóricos.

A exibição de obras e documentos de Arnaldo Dias Baptista concentra, em sua força essencial, o magnetismo e a natureza coexistentes no ateliê de artista e no estúdio de músico com sua ordem e estilo fascinantes: o acumulativo, o anacrônico, o atemporal. Sound & Vision. Com seu inegável carisma de Presidente da Associação dos Possuidores de Amplificadores Valvulados, Arnaldo divide multidimensionalmente conosco e com seus incontáveis fãs o ambiente expositivo Transmigração que, por ventura, permanece talvez e ainda saudavelmente incapturável, alheio às segundas intenções do espaço de especulação comercial do sistema das artes.

Marcio Harum
Abril de 2016

Arnaldo Dias Baptista

Nasce em 1948, em São Paulo, filho de mãe pianista - compositora Clarisse Leite Dias Baptista - e pai poeta e jornalista - César Dias Baptista. Foi fundador de Os Mutantes, que fez parte do Tropicalismo. A formação original, de 1968 a 1972, em São Paulo, trazia Arnaldo Baptista (baixo, teclado e vocais), Rita Lee (vocais) e Sérgio Dias (guitarra e vocais). Posteriormente, também participaram da banda Liminha (baixo) e Dinho Leme (bateria). A partir de 1982, passa a dedicar-se com mais afinco às artes visuais. Desde esse período, participa de algumas exposições de arte e projetos musicais como a coletiva “Give Peace a Chance” (2001), em homenagem a John Lennon. Em 1987, lança o álbum cult “Disco Voador”, resultado dos rascunhos musicais deste período. Em 2004, é a vez de “Let it Bed”, produzido por John Ulhoa e listado pela revista inglesa Mojo entre os dez melhores lançamentos do ano. Entre 2006/07, participa da reunião de Os Mutantes, em Londres, em evento dedicado à Tropicália. Toca e canta em turnê pela Europa, Estados Unidos e Brasil em shows para até 80 mil pessoas. Em 2007, retoma sua carreira solo.

A vida e obra de Arnaldo Baptista são relatados no documentário “Loki! Arnaldo Baptista” (2008), com produção do Canal Brasil e direção Paulo Henrique Fontenelle, que recebeu 14 prêmios no Brasil e no exterior. Neste mesmo ano, a editora Rocco lança o romance “Rebelde Entre os Rebeldes”, escrito na década de 1980. Em 2012 e 2014, realiza exposições individuais na Galeria Emma Thomas, em São Paulo. Suas telas e desenhos servem de vídeo-cenário para os shows de “Sarau o Benedito?”, que vem circulando desde 2011 por importantes palcos e eventos no Brasil, incluindo a Virada Cultural no Theatro Municipal de São Paulo, MIMO/Teatro de Santa Isabel e o circuito Sesc São Paulo e interior de música.

Em 2015, com alguns dos álbuns há mais de 30 anos fora de catálogo no formato físico, chega às principais lojas físicas e virtuais do país a caixa com a obra solo, com os antológicos álbuns “Loki?” (1974), “Singin’ Alone” (1981), “Let It Bed” (2004) e os dois de Arnaldo Baptista & A Patrulha do Espaço: “Elo Perdido +” (1988), com cinco faixas bônus, e “Faremos Uma Noitada Excelente” (1988) em versão ao vivo.

Fonte: emmathomas.com.br