Conferimos a inauguração da mostra sobre Arnaldo Baptista. E vimos o Mutante! - Moozyca

15-05-2016

Músico, escritor, entusiasta das artes gráficas, e um dos grandes pensadores contemporâneos brasileiros.

“Estou cansado, prefiro não dar entrevista”, disse o artista ao Moozyca, se retirando para a saída da sala de exposição da Caixa Cultural, no centro de São Paulo. O rosto do homenageado daquele dia estava abatido, depois de celebração, entrevistas e paparico por parte de fãs e conhecidos. Cansaço ainda maior para quem prefere o interior e a tranqüilidade à loucura da cidade grande.

O Moozyca ficou sem a entrevista de Arnaldo Baptista, um dos maiores figurões do rock nacional, mas não deixou de conferir de perto a abertura da exposição em sua homenagem, que ocorreu neste sábado (14/5).

Músico, escritor, entusiasta das artes gráficas, e um dos grandes pensadores contemporâneos brasileiros. É assim que Arnaldo Dias Baptista entra para a história, tendo ajudado a mudar o ambiente musical, cultural e artístico brasileiro com a fundação dos Mutantes, em 1966, em pleno início da ditadura militar.

Além de ser baixista, tecladista, vocalista da banda, Baptista foi o grande líder criativo dos Mutantes. Mas ele também tem um lado artístico pouco revelado, que ficou confinado aos seus estúdios e sítio, onde passou parte da vida. Tem impacto em sua obra influências da cosmologia, astrologia, astronomia, física, naturalismo, entre outros. Como ele disse uma vez: “só o rock e a ciência podem nos tirar do caos”.

Multiartístico

Esse lado pouco conhecido do artista foi o centro da exposição "Transmigração", que reúne ineditamente desenhos, pinturas, colagens, material documental e objetos do multiartista Arnaldo Dias Baptista. A mostra foi idealizada pela Frida Projetos Culturais, com curadoria de Márcio Harum.

A mostra traz estações sonoras com os discos solo de Arnaldo e um canal de vídeo em loop, que captam o processo criativo do artista. Outro destaque é uma parte com os manuscritos de seus contos e poemas, escritos por Baptista em português e inglês. Entre eles está “Moon Shiners”, que segundo Harum é o  primeiro conto escrito pelo artista.

São jaquetas vintage, cadernos antigos repletos de fórmulas de física quântica, experimentações de diferentes famílias tipográficas, convites de shows, camisetas, cartões-postais cheios de glitter, desenhos da viagem de motocicleta, das famosas guitarras Gibson, fotografias de acervo, entre tantas outras obras ainda inéditas.

Fonte: moozyca.com